Posição 6 - Eu sou polêmico à toa.

O leitor que me conhece deste e de outros carnavais sabe que eu não fujo de um bom debate, e tanto melhor quanto mais polêmico for a assunto a ser debatido. Calma desavisado leitor, esta ainda é uma lista de acusações injustas: alguns de meus oponentes, não acostumados com o confronto de idéias, geralmente porque mal sabem o que é uma idéia, conceitual e empiricamente, não percebem que enquanto houver um argumento pífio, eu resistirei. Claro, para quem não sabe o que é um argumento, eu não sou diferente de uma sirene de ambulânica. Para eles, se eu fosse uma música, meu verso principal seria "enfia essa buceta no cu".
Posição 5 - Eu sou 110% sarcástico.

Não mentiremos um ao outro, minha douta leitora: se minhas linhas são sexys e agradabilíssimas, muito se deve à arte da ironia, que eu manuseio relativamente bem. E, é claro, os arroubos de sarcasmo, que me permito ali e acolá. O problema, além de os meus detratores freqüentemente confundirem um e outro, é que de tão abalados pelo estilo torto da minha pena, tudo vira motivo de desconfiança, e me encontro em situação tal que, não importa o que eu diga, até informar o horário é lido como se entre os números houvesse infinitas camadas de sentido, todas além da mais superficial fazendo pouco da capacidade de entendimento do ouvinte. Esquecem-se eles que também sei fazer uso da acusação direta, e que uma de minhas frases prediletas é "mas você é um analfabeto funcional mesmo".
Posição 4 - Eu persigo.

As duas acusações anteriores, apesar de injustas, ainda tinham um algo, mesmo que distante e retorcido, de verdadeiro. O terreno agora fica confuso, e tudo o que eu posso fazer é conjecturar. Como já atesta a sabedoria popular, largar hábitos é muito difícil, ainda mais hábitos arraigados (eu estava pensando no famoso provérbio "cão velho não aprende truque novo"). Talvez, por estar eu sempre a combater os sofismas e os nem isso (não adianta, repetição seguida de número entre colchetes não é argumento), e serem pouco criativos os meus adversários, acabo por esbarrar mais vezes contra as mesmas pessoas. Ora, tomar um pau uma vez dói demais, dois, com socos e pontapés nos mesmos lugares, só pode ser bully.
Posição 3 - Eu manipulo a mente das minhas companhias.

Quem sofre mais com essa acusação são as minhas amizades, visto que eu só posso sofrer com a injustiça dupla dela. Mas parece que depois que alguém começa a andar comigo, em nenhuma contenda que meu acompanhante se meta é por culpa ou mérito dele. Sou eu que torno as pessoas belicosas, sou eu que jogo amigo contra amigo, sou eu quem faz a cabeça num nível em que o Planet Hemp jamais sonhou. Cá entre nós, leitora, se meu poder de manipulação fosse mesmo tão grande, eu usaria para fins muito mais nobres (a saber, ver muito mais boobies, e nenhuma de vocês estaria a salvo).
Posição 2 - Eu sou politicamente correto.

Sim, isso que você está pensando foi a mesma coisa que eu pensei a primeira vez que aconteceu... "Hã, mas que porra é essa?". Sim, como alguém desbocado, sarcástico, perseguidor e polêmico é politicamente correto? Eu ainda estou tentando entender, mas a única conclusão que eu cheguei até agora foi o seguinte silogismo:
Premissa maior: Politicamente correto é chato;
Premissa menor: Emil é chato;
Conclusão: Emil é politicamente correto.
Enfim, pau na minha testa.
Posição 1 - Eu sou bobalhão.

Sim, leitora versada na arte de ofender. A incapacidade de pensar em qualquer outro adjetivo é anos-luz mais ofensiva que bobalhão. Eu não estando presente, eu não devendo nem supostamente ler a ofensa, e tudo o que eu ganho é bobalhão. Mas enfim, poderia ser pior: o autor do xingamento poderia ser ele mesmo aqueles fã-boys de série de gosto bem duvidoso -- aquelas sem nem a desculpa de ter algo de inteligente pra salvar, tipo 007 -- daqueles que se fantasiam e tiram foto com arma igual a do herói na mão, e ainda usam de avatar, e bem a sério.