As menores ofensas que pode sofrer um homem

Os leitores menos distraídos devem ter percebido que eu não voltava a este espaço tem algum tempo. Bom, meu dever é pedir desculpas a vocês, caros leitores, pelo fato de os privar por tão demasiado tempo de minha agradabilíssima companhia. Começou tudo com uma viagem às longínquas terras do Rio de Janeiro; local, aliás, onde ocorreram diversas aventuras dignas de nota, e que logo menos serão arnoldamente contadas a vocês -- não que eu lhes deva mais satisfações que um simples pedido de desculpas, mas considerem que hoje eu estou gentil. Enfim, divago demais, como sempre. Dirijo-me ao assunto de hoje que ganhamos todos mais. Como deve lembrar o leitor atentíssimo e a leitora ávida, havia eu prometido na postagem anterior uma lista das acusações injustas que os meus detratores -- e os há muito, Deus me perdoe -- lançam sobre mim. Bom, segue um top 6, número que não falta nem excede, mas não é o clássico, das mais interessantese. Sugiro que os leitores que também mantêm blogs pessoais repitam o exercício; eu me diverti muito fazendo o levantamento (mas, por outro lado, e coisa que meus inimigos não sabem, eu me divirto à toa), e, tudo o que eu quero para as minhas leitoras, é que elas se divirtam tanto quanto eu. Afinal, eu também espero que vocês tenham sentido tanto a minha falta quanto eu senti a sua. E ai de vocês em cujo coração faltar esta reciprocidade.

Posição 6 - Eu sou polêmico à toa.


O leitor que me conhece deste e de outros carnavais sabe que eu não fujo de um bom debate, e tanto melhor quanto mais polêmico for a assunto a ser debatido. Calma desavisado leitor, esta ainda é uma lista de acusações injustas: alguns de meus oponentes, não acostumados com o confronto de idéias, geralmente porque mal sabem o que é uma idéia, conceitual e empiricamente, não percebem que enquanto houver um argumento pífio, eu resistirei. Claro, para quem não sabe o que é um argumento, eu não sou diferente de uma sirene de ambulânica. Para eles, se eu fosse uma música, meu verso principal seria "enfia essa buceta no cu".

Posição 5 - Eu sou 110% sarcástico.


Não mentiremos um ao outro, minha douta leitora: se minhas linhas são sexys e agradabilíssimas, muito se deve à arte da ironia, que eu manuseio relativamente bem. E, é claro, os arroubos de sarcasmo, que me permito ali e acolá. O problema, além de os meus detratores freqüentemente confundirem um e outro, é que de tão abalados pelo estilo torto da minha pena, tudo vira motivo de desconfiança, e me encontro em situação tal que, não importa o que eu diga, até informar o horário é lido como se entre os números houvesse infinitas camadas de sentido, todas além da mais superficial fazendo pouco da capacidade de entendimento do ouvinte. Esquecem-se eles que também sei fazer uso da acusação direta, e que uma de minhas frases prediletas é "mas você é um analfabeto funcional mesmo".

Posição 4 - Eu persigo.


As duas acusações anteriores, apesar de injustas, ainda tinham um algo, mesmo que distante e retorcido, de verdadeiro. O terreno agora fica confuso, e tudo o que eu posso fazer é conjecturar. Como já atesta a sabedoria popular, largar hábitos é muito difícil, ainda mais hábitos arraigados (eu estava pensando no famoso provérbio "cão velho não aprende truque novo"). Talvez, por estar eu sempre a combater os sofismas e os nem isso (não adianta, repetição seguida de número entre colchetes não é argumento), e serem pouco criativos os meus adversários, acabo por esbarrar mais vezes contra as mesmas pessoas. Ora, tomar um pau uma vez dói demais, dois, com socos e pontapés nos mesmos lugares, só pode ser bully.

Posição 3 - Eu manipulo a mente das minhas companhias.


Quem sofre mais com essa acusação são as minhas amizades, visto que eu só posso sofrer com a injustiça dupla dela. Mas parece que depois que alguém começa a andar comigo, em nenhuma contenda que meu acompanhante se meta é por culpa ou mérito dele. Sou eu que torno as pessoas belicosas, sou eu que jogo amigo contra amigo, sou eu quem faz a cabeça num nível em que o Planet Hemp jamais sonhou. Cá entre nós, leitora, se meu poder de manipulação fosse mesmo tão grande, eu usaria para fins muito mais nobres (a saber, ver muito mais boobies, e nenhuma de vocês estaria a salvo).

Posição 2 - Eu sou politicamente correto.



Sim, isso que você está pensando foi a mesma coisa que eu pensei a primeira vez que aconteceu... "Hã, mas que porra é essa?". Sim, como alguém desbocado, sarcástico, perseguidor e polêmico é politicamente correto? Eu ainda estou tentando entender, mas a única conclusão que eu cheguei até agora foi o seguinte silogismo:

Premissa maior: Politicamente correto é chato;

Premissa menor: Emil é chato;
Conclusão: Emil é politicamente correto.

Enfim, pau na minha testa.

Posição 1 - Eu sou bobalhão.


Sim, leitora versada na arte de ofender. A incapacidade de pensar em qualquer outro adjetivo é anos-luz mais ofensiva que bobalhão. Eu não estando presente, eu não devendo nem supostamente ler a ofensa, e tudo o que eu ganho é bobalhão. Mas enfim, poderia ser pior: o autor do xingamento poderia ser ele mesmo aqueles fã-boys de série de gosto bem duvidoso -- aquelas sem nem a desculpa de ter algo de inteligente pra salvar, tipo 007 -- daqueles que se fantasiam e tiram foto com arma igual a do herói na mão, e ainda usam de avatar, e bem a sério.

Da velhice que se aproxima

Estava eu a pensar em qual seria a próxima entrada neste espaço, para o meu e o seu deleite, caro leitor, enquanto não tão tranqüilamente raspava a minha barba. Naquele momento, divagava eu livremente sobre o próximo assunto, que interessantissimamente se mantém, neste momento em que escrevo, e quem sabe no momento em que você lê, a depender de quão freqüentemente seu interesse por este espaço aflora, o próximo assunto (a saber, uma lista das vilanias de que injustamente me acusam meus orkúticos detratores), quando, buscando um ângulo mais adequado para equilibrar a iluminação adequada da área a ser barbeada, a tenacidade desejada da pele sob os pelos a serem decepados e o reflexo no espelho para que a falta de visão não resultasse em cortes desnecessários e dolorosos, devido justamente ao novo ângulo de visão, noto que acabo de ganhar mais uma característica.

Soma-se a lista de desagrados, que já incluía barriga se protuberando, cabelos nascendo no dedão da mão direita, acentuação da assimetria, gases mais freqüentes, sonoros e odorosos, unhas do pés tortas, sistema digestório facilmente desgastável e estressável, velocidade de reação menor e sono mais frqüente, pelos na orelha. Sim, cara leitora, enfeio-me a medida que envelheço, e não fosse por si só tal situação patética, envelheço em direção ao ridículo. Cabelos na orelha! Pêlos, ortografia antiga para combinar com a antigüidade que, contra minha vontade, meu corpo corre para alcançar.

Ah, nada de serenidade, nada de experiência, nada de sabedoria. Sinto-me pulando do momento logo anterior ao esplendor da juventude para a rabugice casmurra da velhice que antecede o amargo partir, sem aproveitar os sumos mais doces que a vida oferece. Enfim, passo do "ops, foi um pouco rápido, desculpe" direto para o "Meu pau não sobe mais; como que pode uma porra dessas, Bátima?"

Mais nerdice

Eu admito que a última entrada foi um pouco injusta, e de efetividade muito baixa, uma vez que meu público é composto muitomaismente por leitoras que por leitores, e embora jogasse alguma luz sobre prováveis parceiros que porventura minhas queridas leitoras escolhessem, não se conectava de maneira nenhuma com aquelas que não estão interessadas neste assunto no momento, seja porque não têm ou não querem namorados, seja porque não precisavam de teste pra saber o nível de nerdice dele. Mais cruelmente ainda, a postagem anterior apenas despertava algumas curiosidades mas não respondia a nenhuma, já que eu só escolhi brinquedos de menino. "Seria eu também uma nerd ou apenas cdf? Será que passei minha adolescência sendo uma coisa, quando poderia também ter sido outra?", estão se perguntando minhas ignoradas leitoras até agora.

Não sabendo ainda exatamente a quais brinquedos as meninas-nerds se dedicavam, eu escolhi um joguinho, de nome La Brute, mais novo e neutro, que pode agradar tanto mocinhos quanto mocinhas, e ajudar a revelar o seu nível de nerdice oculto. Sem mais delongas, vamos a mais uma série de testes:

Teste 1, nerdice nível 5:

O jogo é baseado em níveis de experiência -- quanto maior o nível, mais opções seu bonequinho ganha. Além disso, há três características principais: Force, Agilité e Rapidité, mais Pontos de Vida.


Interessou? Basta acessar http://sparagmos.labrute.fr e criar o seu personagem.

Teste 2, nerdice nível 4:

Tudo o que você tem a fazer, então, é colocar o seu personagem para enfrentar os personagens dos outros jogadores. Fora isso, você não precisa fazer mais nada, as lutas são geradas automaticamente. Se você gostar do jogo, basta acessar a internet uma vez por dia e em cinco minutos você resolve tudo e está livre. Perfeito pra quem ainda quer ser nerd, mas o tempo e a energia necessários precisam ser empregados naquelas coisas que atrapalham a vida, como trabalho ou estudo.


Agora interessou? http://sparagmos.labrute.fr

Teste 3, ogrice nível 4, nerdice nível 3:

Você pode ganhar habilidades e armas bem legais. Super-rapidez, pele reforçada, redinha pra fazer combo, espadas, clavas, lanças, bastão bo, e ontem eu juro! Eu vi um personagem nível 2 usar um cutelo que dá 42 de dano!
Quem sabe você consegue um: http://sparagmos.labrute.fr



Teste 4, nerdice nível 3, meninice nível 4:

OK, enquanto os bobões ficavam encantados com as armas e habilidades, você reparou no verdadeiro charme do jogo, não foi? Ele é todo em francês! E não em qualquer francês, mas em um francês fofo e com onomatopéias! E uma das graças é escolher um nome pseudo-francês pra você! Sério, já tem o Le Sartorato, o Madrouge, o Macaronn, a Joanette... Clica lá e faz o seu também!
http://sparagmos.labrute.fr

Teste 5, menince nível 5:

Se nada disso tocou o seu coração, eu só posso dizer uma coisa: olha que cachorrinho fofo!!

Enfim, leitor. Se você não sentiu a menor vontade de clicar no link nenhuma vez, nem por mera curiosidade, você não é nerd e você não é menina. Então muito provavelmente você também não está lendo este blog, porque não existe possibilidade de você ter encontrado este espaço -- você não me conhece, você não tem interesse pelos temas e é impossível que o Google o tenha trazido até aqui -- o que torna o final deste parágrafo inútil e desnecessário. Mas minha leitora há de me perdoar, pois eu precisava de uma conclusão.

Teste secreto, nerdice nível 6:
Ok, você já conhece La Brute, já sacou o que eu estou tentando fazer e ficou com um misto de raiva e inveja por não pensar nisso antes de mim. Mas ei, é melhor que trapacear e ficar criando um monte de bonequinhos que ninguém vai usar, certo? Além do mais, você me conhece bem, porque lembrou de selecionar o fim da postagem pra ver se eu não escrevi alguma coisa em branco, como eu faço às vezes. Meio paranóico, hu?