Aconteceu com um amigo, juro

Não saberia dizer eu -- e você me conhece, leitora. Se uma coisa se pode dizer sobre mim é que eu sei. E eu sei muito, portanto, sim, é de se espantar -- sobre exatamente o que é a postagem de hoje. Poder-se-ia dizer que é sobre o esculacho geral que é a nação. Poder-se-ia, com igual acuidade, dizer que é sobre a burocracia inútil, excessiva e tragicômica. Também se poderia dizer que é só um postar sobre a rotina. Deixo que cada leitor se decida sobre o que leu, apenas relato:

Segunda que passou fui atrás de por em dia meu exame médico, em ordem de finalmente trocar minha permissão de dirigir por uma carteira permanente. Conste que acho e sempre achei ridículo: quem tem a permissão e não pratica tem 100% de chances de conseguir a habilitação; aqueles que se atrevem a praticar, e deveriam ter mais excusas de errar, justamente porque é (ou deveria ser) seu primeiro ano a dirigir, correm o risco de tomar no tobinha; é mais fácil um motorista experiente e responsável tomar um castiguinho fraco que um iniciante perder de vez a carteira e ter que recomeçar todo o processo. Enfim, nunca me interessei por dirigir, logo consegui facilmente minha licença. E para que ela fosse parar em minhas mãos, conforme dito assima, bastava atualizar meu exame médico.

A leitora, deve saber ou imaginar que eu, rato de letras que sou, deveria usar óculos. Informei isso ao dotô quando fiz o primeiro exame, tem muito tempo, e qual não foi minha surpresa quandp ele disse que melhor era mesmo passar sem me preocupar, caso um dia esquecesse eu os óculos em casa, se parado não seria importunado. Naqueles tempos, em que eu ainda me preocupava em usar óculos, achei estranhíssimo. Afinal de contas, carro pô! Como disse uma vez meu sapientíssimo amigo Diego, o ovo, uma tonelada de metal, engrenagens complicadas, líqüido explosivo guiado por um cara gritando nervoso. Coisa boa, já não é.

O leitor deve saber que, além de já não usar óculos regularmente, por conta e estupidez próprias, o autor deste relato está ficando velho. Então, quando meti os olhos nalgo que me lembrava muito uma máquina de escrever mui antiga, mas sem o mesmo charme, tudo que pude pensar foi "Agora fodeu", porque depois da terceira rodada, as letras começaram a ficar muito pequeninas. Mais que pequeninas, pequeninhas. Eu não conseguia ler!!! Para o meu espanto, o médico começou a me ajudar. "S, L, B" dizia ele, e "Podecrer! S, L, B, Q, A", continuava eu. O ponto alto da tarde foi quando um flash me quase arrancou os olhos, e um P capital, negrito, large surgiu ao apagar das luzes. Talvez eu estivesse confuso pelo flash, mas juro que eu ouvi o oculista me ajudando. Com certeza, a primeira vez que falei p não foi tão alta assim.

Por fim, amarelo, verde, vermelho, e até parabéns eu ganhei. Faltou só um pirulito e ser chamado de campeão. Imediatamente levei o resultado até a auto-escola, e sexta-feira, segunda que vem no mais tardar, serei um cidadão habilitado. Alguém aceita carona?

2 comentários:

Quéroul disse...

quero carona. \o/

cowy disse...

isso é brasil, meu caro. ou seria meu carro?



trocadilho imbecil!